HPV e Vacina

A partir da segunda feira dia 1 de setembro  está disponível a segunda dose da vacina de HPV para as meninas que tomaram a primeira dose. Em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou uma campanha nacional para imunizar meninas de 11 a 13 anos contra o HPV. A vacina aplicada no Brasil é a quadrivalente, recomendada pela Organização Mundial da Saúde, com eficácia de 98%, protegendo o indivíduo dos tipos 6, 11, 16 e 18 da doença.

Aproximadamente 4,3 milhões de adolescentes foram imunizadas com a primeira dose, o equivalente a 87,5% do público alvo. Agora, a meta do ministério é que pelo menos 80% das garotas recebam a segunda dose. Além disso, a primeira dose da vacina continuará sendo ofertada até o final do ano para aquelas que ainda não foram imunizadas.

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O esquema de vacinação é composto por três doses, sendo a segunda delas aplicada com intervalo de seis meses e garante proteção contra o HPV. A terceira dose, que serve como um reforço para manter a imunização duradoura, deve ser aplicada depois de cinco anos. Em 2015, a previsão da pasta é vacinar adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, começam a ser imunizadas meninas que completam 9 anos de idade.

A vacina contra o HPV previne a transmissão do vírus causador do câncer do colo do útero, contraído por relações sexuais, contato direto com peles ou mucosas infectadas e no momento do parto. De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina protege, em até 98,8%, contra quatro subtipos do HPV, sendo que dois deles são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê o surgimento de 15 590 novos casos desse tipo de câncer e aproximadamente 4 800 óbitos apenas neste ano.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra o HPV não substitui a necessidade de exames ginecológicos preventivos e o uso de camisinha durante a relação sexual.

Em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou uma campanha nacional para imunizar meninas de 11 a 13 anos contra o HPV. A vacina aplicada no Brasil é a quadrivalente, recomendada pela Organização Mundial da Saúde, com eficácia de 98%, protegendo o indivíduo dos tipos 6, 11, 16 e 18 da doença.

Ela foi desenvolvida sem nenhuma parte do HPV, sintetizada em laboratório de maneira que seja semelhante à cápsula do vírus, mas sem o núcleo do agente, parte que permite a replicação. Dessa forma, após receber a vacina, o organismo será estimulado a produzir anticorpos específicos para cada tipo de HPV, que farão o papel de inativá-lo, impedindo a sua instalação e multiplicação.

O Ministério da Saúde recomenda que a adolescente seja submetida a três doses da vacina, sendo a segunda seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira dose.

Apesar de haver mais de uma centena de tipos de HPV, a maioria das infecções é causada por quatro variantes. As 16 e 18 (consideradas de alto risco) são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Já os tipos 6 e 11, respondem por 90% das verrugas genitais (de baixo risco).

Diversos estudos, que monitoraram milhares de pessoas vacinadas na Austrália, Europa e América do Norte, excluíram a ocorrência de eventos adversos graves ou permanentes. Existem relatos de casos de dor e de desmaio, o que não é preocupante e não inviabiliza a vacinação, já que os benefícios superam essas reações. Além disso, os estudos apontaram também que tanto as pessoas que receberam as vacinas como as que receberam os placebos utilizados nos grupos de controles apresentavam os mesmos sintomas.

É preciso entender que a vacinação é uma ação preventiva. Ela vai proteger dos tipos de HPV (6, 11, 16 e 18) com os quais a pessoa ainda não entrou em contato. Geralmente, as verrugas são ocasionadas pelos tipos menos oncogênicos. Dessa forma, mesmo que a pessoa já teve verrugas vaginais poderá se beneficiar da vacina para protegê-la dos tipos mais oncogênicos, se ela ainda não entrou em contato com esses agentes. Os homens não foram contemplados na campanha por uma decisão política de custo-benefício, mas podem se favorecer da vacinação, já que o HPV está associado também ao câncer de ânus, orofaringe e pênis.

Por que a infecção pelo HPV preocupa?

É a DST mais frequente, cerca de 50% da população sexualmente ativa vai entrar em contato com o HPV em algum momento da vida.

No mundo todo acredita-se que aproximadamente 30milhões de pessoas tenham verrugas ocasionadas por HPV, aproximadamente 10 milhões de mulheres tenham lesões intra epiteliais de alto grau no colo uterino e 500 mil casos de câncer do colo uterino.

O INCA (Instituto Nacional do Câncer) informa a ocorrência de 18.000 casos novos de câncer do colo uterino no Brasil a cada ano, e que aproximadamente 4.000 mulheres morem de câncer do colo uterino no Brasil.

O que é a vacina contra o HPV?

É a vacina criada com o objetivo de prevenir a infecção por HPV e, dessa forma, reduzir o número de pacientes que venham a desenvolver câncer de colo de útero. Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos mais presentes no câncer de colo do útero (HPV-16 e HPV-18). Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Há duas vacinas comercializadas no Brasil. Uma delas é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos 16 e 18.

Qual é a diferença entre o HPV e a vacina?

Como podemos ver no quadro abaixo o HPV é composto por uma cápsula e o DNA no interior e a vacina consiste apenas da cápsula sem DNA no seu interior.

Inicialmente estudos evidenciaram a parte genética do HPV, o DNA do HPV.

Um local específico do DNA do HPV é responsável pela produção das cápsula do HPV.

Estudos usando fungos (Sacaromices Cerevisiae) além de células de insetos permitiu a produção de uma cápsula semelhante à cápsula do HPV

vacina

Como a vacina funciona?

A pessoa que recebe a vacina por via intra muscular nas doses indicadas irá estimular a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV que contém a vacina. Teremos um elevado nível desses anticorpos que persistiram durante anos.

Quando a pessoa vacinada entrar em contato com o HPV esses anticorpos irão inativar este HPV impedindo que ele se instale e se multiplique. Dessa maneira impede a progressàao da infecção pelo HPV.

Qual é a via de administração da vacina?

É injeção intramuscular.

Quantas doses são indicadas?

Ambas vacinas existentes são indicadas 3 doses sendo que a vacina quadrivalente ( da Merck ) é indicado 0, 60 dias e 180 dias e a bivalente (da GSK) é indicada em 0, 30 dias e 180 dias.

Existe risco de infecção pela vacina?

Não. No desenvolvimento da vacina conseguiu-se identificar a parte principal do DNA do HPV. Depois, usando-se um fungo (Sacaromices cerevisiae), obteve-se apenas a “capa” do vírus, que mostrou induzir fortemente a produção de anticorpos quando administrada em humanos.

Qual o tempo de proteção após a vacinação?

A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada, visto que só começou a ser comercializada no mundo há cerca de dois anos. Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual seu alcance sobre a incidência e a mortalidade do câncer de colo do útero.

É preciso dose de reforço?

Até o momento não. Somente com o passar dos anos e a continuidade dos estudos saberemos se irá precisar de reforço.

A vacina pode proteger contra outros tipos virais de HPV além dos tipos contidos na vacina?

Sim. Os estudos mostram que existe proteção cruzada ou seja a vacina protege contra outros tipos de HPV.

A vacina tem feitos colaterais? Pode levar a morte?

Os efeitos colaterais mais freqüentes são mal estar semelhante à gripe e dor no local da injeção que não é intensa.

Até o momento não teve nenhum caso de morte pela vacina.

Se tenho HPV posso tomar a vacina?

Pode. Porém a vacina não vai proteger contra o HPV que a pessoa está infectada.

Posso saber que a vacina foi efetiva ou seja pegou?

Não, pois apesar de sabermos que os níveis de anticorpos para o HPV são altos após a vacinação não existe exames comerciais disponíveis que confirmem estes anticorpos.

A vacina pode ser prejudicial  à criança se a mulher estiver grávida?

Até o momento não tem  descrito perigo para a criança durante a gravidez.

A vacina para Hepatite B que já é utilizada há muitos anos não tem risco para a criança durante a gravidez.

Talvez a vacina do HPV  tenha o mesmo comportamento que a vacina da Hepatite B, mas somente com o tempo saberemos. Dessa maneira é aconselhável que a mulher engravide 1 mês após a terceira dose de vacinação, e se a mulher engravidar durante o período de vacinação é importante informar seu  médico.

É importante fazer algum exame antes de ser vacinado? Preciso saber se tenho HPV?

Não é necessário nenhum exame antes de ser vacinado,

Porém nada impede que antes da vacinação seja realizado exames como a pensicopia, colposcopia e Papanicolaou para saber se tem ou não algum tipo de infecção pelo HPV.

A vacina de HPV pode ocasionar algum tipo de câncer?

Como falamos anteriormente a vacina contém apenas a cápsula e não tem material genético ou seja DNA , sendo assim não tem porque causar algum tipo de câncer. Até o momento não teve nenhum caso descrito de câncer devido à vacinação do HPV.

A pessoa que foi vacinada pode ter relações sexuais sem preservativos pois já está protegida?

A vacinação irá proteger contra alguns tipos de HPV, não protegerá contra todos os tipos de HPV e não protege contra outras DST como sífilis, gonorréia, HIV, etc.

Portanto o uso de preservativo continua sendo fundamental para proteger contra as DST e a gravidez indesejada.

A mulher vacinada precisa continuar fazendo o exame de prevenção para o câncer do colo uterino?

Até o momento sim. Independente da vacinação a mulher ainda deve continuar  fazendo o exame de prevenção rotineiramente, ou seja o Papanicolaou até que estudos futuros permitam mudanças na prevenção.

A mulher deve iniciar o exame de prevenção após os 25 anos de idade ou 3 anos após o início da atividade sexual.

Quem pode ser vacinado?

No Brasil está aprovado o uso da vacina para mulheres de 9 a 26 anos.

Está para ser aprovada a utilização para homens.

A forma como as informações sobre o uso e a eficácia da vacina têm chegado à população brasileira é adequada?

Não. É preciso que fabricantes, imprensa, profissionais e autoridades de saúde estejam conscientes de sua responsabilidade. É imprescindível esclarecer sob que condições a vacina pode se tornar um mecanismo eficaz de prevenção para não gerar uma expectativa irreal de solução do problema e desmobilizar a sociedade e seus agentes com relação às políticas de promoção e prevenção que vêm sendo realizadas. Deve-se informar que, segundo as pesquisas, as principais beneficiadas serão as meninas antes da fase sexualmente ativa, que as mulheres deverão manter a rotina de realização do exame Papanicolaou e que, mesmo comprovada a eficácia da vacina e sua aplicação ocorra em larga escala, uma redução significativa dos indicadores da doença pode demorar algumas décadas

Qual o impacto desta nova tecnologia para a política de atenção oncológica e para o SUS?

A vacinação não substituirá a realização regular do exame Papanicolaou (preventivo). Trata-se de mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema. Ainda há muitas perguntas relativas à vacina sem respostas:

‒      Ela só previne contra as lesões pré-cancerosas ou também contra o desenvolvimento do câncer de colo de útero?

‒      Qual o tempo de proteção conferido pela vacina?

‒      Levando-se em conta que a maioria das infecções por HPV é facilmente debeladas pelo sistema imunológico, como a vacinação afeta a imunidade natural contra o HPV?

‒      Como a vacina afeta outros tipos de HPV associados ao câncer de colo de útero?

‒      Se os tipos 16 e 18 forem efetivamente suprimidos, outros tipos podem emergir como potencialmente associados ao câncer de colo do útero?

Todas essas perguntas precisam ser respondidas antes de a vacinação ser recomendada como política de atenção oncológica.

Um comitê de Acompanhamento da Vacina, formado por representantes de diversas instituições ligadas à Saúde e liderado pelo INCA, avalia, periodicamente, se é oportuno recomendar a vacinação em larga escala no país. Até o momento, o comitê decidiu pela não incorporação da vacina contra o HPV no Programa Nacional de Imunizações (PNI).