HPV e Câncer do Colo Uterino

O útero é o órgão feminino responsável em abrigar o embrião até seu desenvolvimento final que será no momento do parto.

As três partes do útero são: colo, corpo e trompas. A função das trompas é permitir a chegada do óvulo que vem do ovário até a parte interna do útero. A função do corpo é de acomodar o embrião durante a gravidez e o colo do útero é que mantém o útero fechado para segurar a criança.

Em algum momento da vida, todos os indivíduos terão contato com o vírus, mas nem todos desenvolvem câncer. No Brasil ocorrem cerca de 20 mil casos e 4 mil mortes anualmente. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o HPV está presente em mais de 90% dos casos de câncer. Destes, o mais frequente é o do colo uterino, correspondente a 10% dos casos da doença em mulheres no mundo e o segundo tumor mais comum no público feminino, depois do câncer de mama.

Nos homens, o HPV é o principal motivo de câncer no pênis. O urologista com especialidade em HPV Julio José Máximo de Carvalho, que mantém um site e é autor de livros como Manual Prático do HPV e Falando sobre o HPV: Papilomavirus humano, explica os altos números:

“O colo do útero está diretamente em contato com a vagina, e nesta região de transição entre a vagina e o colo do útero é que se inicia as lesões tumorais, daí a importância do exame de prevenção anual, o papanicolaou, pois este exame avalia as células desta região e permite esclarecer se tem alguma célula com alterações que darão origem a um câncer,

O câncer de colo uterino é a segunda neoplasia mais comum em mulheres em todo o mundo, corresponde anualmente a 15% de todos os casos de tumores femininos. No Brasil, estima-se que o câncer do colo do útero seja o terceiro mais comum na população feminina, sendo superado pelo câncer de pele não melanoma e pelo de mama. Este tipo de câncer representa 10% de todos os tumores malignos em mulheres e trata-se de uma doença que pode ser prevenida.

A alta incidência do câncer de colo uterino propiciou estudos realizados por clínicas ginecológicas em vários países, tentando identificar um agente infeccioso que pudesse ser o responsável direto por essa neoplasia.

Sabendo-se da gravidade do câncer do colo uterino (devido a seu comportamento silencioso, evolução agressiva e alta incidência), inúmeros estudos epidemiológicos foram realizados na década de 70 do século passado, com o objetivo de se identificar um agente etiológico. A participação viral foi ganhando importância e o herpes vírus foi um dos primeiros a ser estudado, porém rapidamente descartado, uma vez que estudos evidenciaram a associação do HPV com este tumor.

O DNA do HPV é encontrado nos casos de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) em taxas que variam de 40% a 70%, enquanto que nos casos de câncer de colo uterino as taxas são superiores 95%.

A incidência da infecção genital pelo HPV vem crescendo no mundo todo. Vários são os fatores de risco identificados para o câncer do colo do útero, fatores sociais, ambientais e os hábitos de vida, tais como: baixas condições socioeconômicas, atividade sexual antes dos 18 anos de idade, múltiplos parceiros sexuais, vício de fumar (diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados), parcos hábitos de higiene e o uso prolongado de contraceptivos orais são os principais.

Estudos recentes mostram ainda que o vírus do papiloma humano (HPV) desempenha um importante papel no desenvolvimento da displasia das células cervicais e na sua transformação em células cancerosas. O vírus do papiloma humano (HPV) está presente em 95% dos casos de câncer do colo do útero. A grande arma no combate ao câncer de colo uterino continua sendo a correta orientação por parte dos serviços de saúde sobre a importância de exames preventivos anuais, como o Papanicolaou, já que estudos comprovam que a sua realização periódica reduz em 70% a mortalidade por este câncer na população de risco.”

Fatores Predisponentes do Câncer de Colo Uterino

A infecção por HPV e outros fatores de risco podem agir em conjunto para elevar o risco de câncer de colo do útero ainda mais. Os outros fatores de risco para câncer de colo do útero incluem:

  • Não fazer regularmente o teste de Papanicolau. O câncer de colo de útero é mais comum entre mulheres que não realizam o teste de Papanicolau regularmente. Esse exame ajuda o médico a encontrar células anormais, as quais podem ser mortas ou removidas a fim de prevenir que fiquem cancerosas.
  • Fumo. Entre as mulheres infectadas com HPV fumar eleva um pouco o risco de câncer de colo de útero.
  • Sistema imunológico enfraquecido. Infecção por HIV (o vírus da AIDS) ou uso de drogas pode enfraquecer o sistema imunológico e elevar o risco de câncer de colo do útero.
  • Histórico sexual. Mulheres que tiveram muitos parceiros sexuais têm risco maior de desenvolver câncer de colo do útero. A mulher que teve relação sexual com homem que teve muitas parceiras sexuais também têm risco maior de desenvolver câncer de colo do útero. Em ambos os casos, o risco de ter câncer cervical é maior porque a probabilidade de infecção por HPV também é mais elevada.
  • Usar pílula anticoncepcional por muito tempo. O uso prolongado de pílula anticoncepcional (cinco anos ou mais) pode elevar levemente o risco de câncer de colo do útero em mulheres com infecção por HPV. Porém, o risco cai rapidamente quando a mulher para de usar a pílula anticoncepcional.
  • Ter muitos filhos. Estudos sugerem que ter muitos filhos (cinco ou mais) pode elevar levemente o risco de câncer de colo do útero em mulheres com infecção por HPV.

Ter infecção por HPV ou outros fatores de risco não significa que a mulher desenvolverá câncer de colo do útero. A maioria das mulheres com os fatores de risco nunca desenvolverá câncer de colo do útero, pois não apresentam predisposição genética.

A colposcopia e o papanicolaou [saiba mais]

papa

Imagem do site colposcopia.com.br

colps

Imagens do colo uterino de normal até a formação de um câncer